Opinião

Solidariedade

Por João Carlos M. Madail
Economista, Professor, Pesquisador e Diretor da ACP
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A catástrofe que vive o Rio Grande do Sul despertou nos gaúchos, mais uma vez, o sentimento forte de união, cooperação mútua em prol da vida. O que se vê, neste episódio, são os praticantes das boas ações integrados na mesma causa despidos de qualquer preconceito, mas com o coração cheio de bondade, empatia e amor ao próximo, carente da ajuda para a sua sobrevivência. As pessoas solidárias conseguem sentir a dor de quem necessita da sua ajuda.

Nenhum dos socorristas que a mídia nos tem mostrado busca a autopromoção, eles preferem o anonimato, ou estar despido de qualquer julgamento. Diferente de muitas pessoas que costumam compartilhar grande parte das ações que praticam em seu dia a dia nas redes sociais através de fotos e vídeos, as pessoas solidárias surgem na hora certa, doando o seu tempo e até recursos financeiros sem qualquer interesse de serem identificadas. O momento dos gaúchos é salvar vidas da forma que for possível, posteriormente a solidariedade continuará existindo, seja no acolhimento das vítimas ou na reconstrução do estado, visivelmente destruído pela tragédia.

Pelos registros, o RS está vivendo uma de suas piores tragédias climáticas. Os meteorologistas explicam que a catástrofe é resultado do calor da terra e dos oceanos que impactam a atmosfera e faz com que os eventos climáticos aconteçam com mais força. Para os especialistas, não há dúvida que esse aumento de enchentes, essas chuvas muito torrenciais, estão definitivamente associados às mudanças do clima e a aceleração dessas mudanças no nosso planeta inteiro. O que acontece é que ocorreu no estado várias frentes frias que não conseguiram se dissipar para outras regiões por causa do bloqueio atmosférico concentrado na maior parte do Rio Grande do Sul. Em outras áreas do planeta também tem ocorrido problemas praticamente inéditos por causa das chuvas nos últimos meses. Dessa forma a tragédia gaúcha não é um caso isolado, mas uma tendência.

Tragédia como esta não pode cair no esquecimento e deve ser pauta de todos os candidatos aos postos de mandatário de municípios, estado e do País. Ações imediatas como construção de sistemas eficientes de drenagem, desocupação de áreas de risco, criação de reservas florestais nas margens dos rios, diminuição dos índices de poluição e geração de lixo, além de planejamento urbano mais consistente, com fiscalizações frequentes em relação às construções às margens de rios ou nas encostas de morros, são ações que deveriam estar na pauta dos governantes. A natureza deu o sinal e cabe a população acatá-lo sob pena de repetirmos em outras oportunidades o mesmo episódio de sofrimento e desespero. Cabem as autoridades a serem eleitas ou aquelas que se mantiverem no poder, elaborarem, com urgência, o planejamento urbano de suas comunidades e colocá-lo em prática o mais rápido possível.

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